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Pastor Davi Passamani é preso por importunação sexual de fiéis

Fundador da igreja A Casa foi denunciado por pelo menos três mulheres; para a Polícia Civil de Goiás, ele apresenta “grave risco à ordem pública”

Por Emanuelle Menezes | SBT News

O pastor Davi Passamani, fundador da igreja A Casa, foi preso na noite de quinta-feira (4), em Goiânia, por suspeita de assediar ou importunar sexualmente pelo menos três mulheres.

Ele foi detido por agentes da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher, da Polícia Civil de Goiás, por apresentar “grave risco à ordem pública”.

Isso porque, em dezembro de 2023, quando foi denunciado por uma fiel, renunciou à presidência da igreja A Casa, mas investigadores descobriram que ele havia aberto um novo templo.

Pastor Davi Passamani foi detido na noite de quinta-feira (4) | Reprodução

Segundo os policiais, como Passamani praticou os crimes sexuais se valendo de seu cargo como pastor, ele poderia fazer novas vítimas se não fosse preso preventivamente.

Reproduções de celular apresentados pela Polícia Civil mostram a conversa entre o líder religioso e a fiel. A vítima relatou, em boletim de ocorrência, que Passamani havia enviado mensagens com teor sexual, descrito fantasias eróticas e feito uma chamada de vídeo mostrando o pênis.

Conversas entre o pastor Davi Passamani e uma fiel | Reprodução

Quem é Davi Passamani

Davi Passamani tem mais de 109 mil seguidores no Instagram. Cantor, ele fez parte do grupo Ministério Ipiranga por mais de 10 anos. O líder religioso saiu da banda em 2010 e, três anos depois, lançou seu primeiro álbum solo.

Casado e pai de três filhos, o pastor viveu por um tempo em Ipatinga (MG). Em 2017, fundou a Igreja Casa, em Goiânia. Lá, criou a banda Casa Worship, que recebeu a indicação de Melhor Álbum de Música Cristã no Grammy Latino de 2023, com o disco “Novo Tempo”.

Em março de 2020, ele foi acusado de importunação sexual pela primeira vez, mas o caso foi arquivado. Como resultado, no mesmo ano, a defesa da vítima entrou com uma ação cível buscando reparação por danos morais.

No julgamento, em 19 de março de 2024, os desembargadores Silvânio Divino de Alvarenga e Jeová Sardinha desacreditaram a mulher. Durante o desenrolar do caso, Alvarenga chegou a questionar o comportamento da vítima, chamando a mulher de “sonsa”, enquanto Sardinha afirmou que questões como assédio moral, sexual e racismo estavam se tornando “modismo”.

“Essa moça aí, ela mesmo falou que era sonsa. Ela não foi muito sonsa? No século que a gente está”, declarou o desembargador Silvânio. “Hoje eu particularmente tenho uma preocupação muito séria com o tal assédio moral – como gênero sexual, como espécie do gênero – e racismo. Esses temas viraram um modismo”, completou o desembargador Jeová, em seguida.

Diante da repercussão, Silvânio alterou seu voto e posicionou-se a favor de o líder religioso pagar uma indenização de R$ 50 mil para instituições que prestam acolhimento a mulheres vítimas de violência.