DestaqueLITORAL

São Sebastião dá início ao serviço de córnea com ênfase em tratamento de ceratocone pelo SUS

Crédito: Luciano Vieira I PMSS

A rede municipal de saúde de São Sebastião deu início, no último sábado, ao serviço de oftalmologia com ambulatório de córnea cirúrgico. No período da manhã, 38 pacientes passaram por consulta com oftalmologista especialista em córnea, recebendo avaliação e indicação de tratamento. Os atendimentos ocorreram na clínica Oftalmo Laser, na região central do município.

O serviço inovador é ofertado em poucos municípios do Estado de São Paulo, via Sistema Único de Saúde (SUS). São Sebastião é pioneiro no Litoral Norte. Para os atendimentos é disponibilizado um tomógrafo de córnea de última geração, garantindo avaliações mais precisas.

Os pacientes são referenciados da Secretaria de Saúde (SESAU), por meio de agendamento, via Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS). Outros 60 pacientes aguardam avaliação. Os próximos atendimentos em córnea devem ocorrer após o Carnaval.

O oftalmologista Glauco Reis Gonçalves, coordenador da equipe médica que realizou os atendimentos, conta que a grande maioria dos pacientes apresentou ceratocone, sendo um deles indicado para transplante de córnea devido ao estágio avançado da doença. Também foram diagnosticados casos de distrofias corneanas e cicatrizes.

O médico explica que esses pacientes serão acompanhados e reavaliados em um intervalo de cerca de três meses. “Como são pacientes que estavam há mais de um ano sem acompanhamento adequado, precisamos desse intervalo para comparar os exames e comprovar a evolução da doença (ceratocone), indicando conduta cirúrgica ou não”, diz.

As condutas cirúrgicas incluem tratamentos de Cross linking ou implante de anel intra estromal. As cirurgias serão realizadas no Hospital de Clínicas de São Sebastião (HCSS) após a realização de exames pré-operatórios e agendamento no centro cirúrgico.

Ceratocone é uma doença geralmente bilateral que afeta a curvatura da córnea. Quase sempre é acompanhada de fotofobia, conjuntivite alérgica e baixa de visão. Ocorre, principalmente, em pessoas entre 10 e 45 anos.

A doença possui componente hereditário em sua etiologia e quanto mais cedo aparece, mais agressivo é. Dessa forma, quanto antes iniciar tratamento, melhor o prognóstico visual do paciente.

“Os pacientes do município chegavam a aguardar mais de três anos para serem atendidos em serviços de referência do Estado, e agora serão tratados aqui”, explica Glauco.

Por Janaína Maria de Castro I PMSS