Mãe denuncia agressão de segurança ao entrar no Villarreal com filho autista sem máscara em São José dos Campos, SP
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Uma mulher de 35 anos acusa um segurança de um supermercado de agressão ao tentar entrar com o filho autista sem máscara no estabelecimento na Zona Oeste de São José dos Campos.
A vítima conta que tentou explicar ao segurança que pessoas do espectro autista não são obrigados a usarem máscaras, conforme lei federal, mas ele se recusou a ver o documento e a agrediu.
“Ele questionou a minha capacidade de mãe e de ser uma boa mãe ao deixar meu filho exposto ao vírus, sem máscara. Eu me sinto humilhada e impotente com isso”, conta Elaine Barbosa.
O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira (19) em um supermercado no bairro Urbanova.
Elaine afirma que foi até o local com o filho de 11 anos para fazer compras e foi questionada por um segurança sobre o uso da máscara pelo menino.
Ela explicou que o filho era autista e não tinha a obrigatoriedade do uso, mas o ele se recusou a consultar a lei federal e chamou a gerência.
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A mulher afirma que depois da conversa com a gerente pode entrar no estabelecimento para as compras, mas o segurança a acompanhou pelo supermercado falando alto sobre ela estar expondo a criança ao vírus.
“Ele chamou os outros funcionários para me expor como a mãe que não protegia o filho, questionava que o que eu mostrava sobre a desobrigação era falso. Chamei a atenção dele e ele iniciou uma discussão comigo”, diz.
Durante a discussão, a mãe conta que o segurança se aproximou e a agrediu.
“Eu segurava meu filho com uma mão, porque ele já estava agitado, e discutia com ele sobre aquela humilhação. De repente, só senti o impacto, quando ele acertou meu rosto com um soco. Meu óculos quebrou na hora”.
Após a agressão, a mulher conta que deixou o supermercado e fez o boletim de ocorrência de agressão. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
“Como mãe, é claro que eu ia querer meu filho protegido e de máscara, mas ele não deixa. Ele tem limitações. Meu filho presenciou a mãe ser agredida ao tentar garantir um direito que era dele”, disse.
O que dizem os envolvidos
O supermercado Villarreal informou em nota que lamenta o ocorrido, que afastou o segurança envolvido na agressão e que pediu uma auditoria com a empresa terceirizada de segurança para apurar o caso.
Em nota disse que “reafirma seu compromisso de repudiar e não compactuar com qualquer tipo de comportamento agressivo ou violento seja ele verbal ou físico, em qualquer situação ou local”.
A empresa Globall Security, que presta serviços ao supermercado, afirma que não compactua com o ocorrido e repudia qualquer tipo de abordagem truculenta ou violenta. Disse também que o colaborador envolvido no caso foi ouvido e desligado do quadro de funcionários.
A empresa ainda acrescentou que presta serviço ao cliente há mais de quatro anos e nunca passou por esse tipo de situação e que “os colaboradores passam por treinamentos e reciclagens para evitar esse tipo de atitudes e comportamentos, portanto este ocorrido se trata de um fato isolado”.