Vereadora Erika Hilton registra boletim de ocorrência por ameaça após ser perseguida dentro da Câmara de SP
A vereadora Erika Hilton (PSOL) registrou um boletim de ocorrência por ameaça nesta quarta-feira (27), após ser perseguida por um homem dentro da Câmara Municipal de São Paulo na tarde da última terça (26).
Hilton, de 28 anos, é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira no legislativo municipal. Ela foi a mulher mais votada e a sexta no ranking geral, atrás apenas de veteranos como Suplicy (PT) e Milton Leite (DEM).
Ativista dos Direitos Humanos, Erika foi codeputada na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo pela Bancada Ativista (PSOL) em 2018.
Segundo o relatado à polícia, um homem que portava uma bandeira e usava máscaras com símbolos religiosos entrou no gabinete pedindo insistentemente para falar com a parlamentar.
Aos assessores, ele se apresentou como “garçom reaça” e disse ser uma das pessoas que estão sendo processadas pela vereadora.
No início de janeiro, Erika protocolou uma ação contra 50 pessoas suspeitas de fazer ameaças transfóbicas e racistas contra ela na internet.
Antes de sair do gabinete, ele deixou uma carta para ser entregue à vereadora. Nela, afirmava que acompanhava o trabalho de Erika à época em que ela foi codeputada na Alesp, e dizia ser garçom do restaurante do Círculo Militar, que fica ao lado da Assembleia, na Zona Sul da capital.
Após o ocorrido, a vereadora pediu o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ela também passou a andar acompanhada de um segurança particular.
No boletim, a vereadora relata o constrangimento com a situação, temor por sua integridade física e pede que sejam adotadas medidas para sua proteção.
Em nota, a Câmara Municipal disse que em apuração interna, com base no “circuito de imagens”, “não detectou ameaças à segurança da vereadora Erika Hilton”
Entretanto, a assessoria da Casa afirma que o material será fornecido às autoridades policiais, caso seja solicitado.
No texto, a Câmara ainda alega que fará contato com a Secretaria de Segurança Pública para avaliar em conjunto a segurança da vereadora.
“Sobre o pedido de escolta feito por ela, a parlamentar tem o direito de comissionar dois servidores de outros órgãos públicos para atuação em seu gabinete e pode utilizar esses comissionamentos inclusive para a indicação de GCMs para esta função”, afirma.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que a ocorrência foi feita na Delegacia Eletrônica e que a vereadora deverá ser chamada para prestar depoimento na delegacia para dar sequência nas investigações.
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