Após 23 anos, Estado é condenado a indenizar família de professora morta após sequestro em escola de Jacareí
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No dia 7 de abril de 1998 a professora Beatriz Junqueira, 31 anos, foi morta após ser sequestrada na porta da escola estadual onde trabalhava, no bairro Chácaras Reunidas em Jacareí (SP). Um dos criminosos era um ex-aluno e havia sido expulso da unidade por iniciativa da professora, que combatia o tráfico de drogas no local.
Após 23 anos do crime, a Justiça condenou o Estado a indenizar a mãe, o pai e o ex-marido dela em R$ 50 mil para cada um. A Procuradoria do Estado recorre da condenação.
Após a morte, a família recorreu à Justiça pedindo a indenização por danos morais pela morte de Beatriz. O montante pedido à época foi calculado sobre o valor que ela receberia até se aposentar e chegava a R$ 1,2 milhão, porém, no decorrer dos mais de 20 anos do caso, o valor foi substituído por R$ 50 mil para o marido viúvo, a mãe e o pai da professora. O valor será acrescido de juros, que ainda serão definidos pela Justiça.
O pedido havia sido recusado inicialmente pela Justiça, mas a família recorreu e teve a indenização mantida em segunda instância.
“Isso nos dá alguma sensação de justiça porque o Estado não a protegeu. Minha filha morreu trabalhando. Mas não é nada além disso, a gente tem vivido até hoje porque não morreu junto”, comentou a mãe, Lenira Junqueira.
Após o crime, o corpo da docente foi abandonado em um terreno baldio em São Bernardo do Campo.
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Luta contra o tráfico
Segundo a família, à época do crime, a professora estava como vice-diretora na escola e vinha atuando contra o tráfico e assédio de adolescentes para a venda de drogas. Um dos envolvidos era um ex-aluno que havia sido expulso por iniciativa dela, seis anos antes.
A mãe conta que no dia do crime, a filha chegou a ser ameaçada e teve uma reunião com a direção e que seria dispensada de ir à noite nos próximos dias. Porém, ela acabou sendo assassinada.
“Minha filha amava o que fazia, dava o melhor dela e morreu fazendo o melhor que podia. Vinte e três anos depois a gente vê uma resposta da justiça”, comentou a mãe.
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À época, o crime chocou a cidade. Anos depois, Beatriz foi homenageada e atualmente a escola municipal do bairro Parque Meia Lua recebeu o nome dela, em homenagem. Procurada pelo a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo informou que apresentou recurso contra a decisão judicial.