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Cavalo mutilado em Bananal, SP estava vivo e foi levado à exaustão, aponta laudo da Polícia Civil

Tutor de 21 anos confessou crime, mas alegou que animal já estava morto; Ministério Público denunciou caso como “cruel e covarde”

Por Redação | Porta A Gazeta RM

O laudo da Polícia Civil, divulgado nesta semana, confirmou que o cavalo que teve as patas decepadas em Bananal, no interior de São Paulo, estava vivo no momento da mutilação. O documento, elaborado pelo Instituto de Criminalística, também apontou que o animal, chamado Gaúcho, foi levado à exaustão durante uma cavalgada antes de desfalecer.

Segundo a perícia, Gaúcho era um macho jovem, com idade estimada entre 8 e 10 anos, e “não estava em plenas condições ou preparo físico para realizar o trajeto da cavalgada, ainda mais considerando as dificuldades topográficas da trilha”. O cavalo percorreu cerca de 14 km em terreno acidentado, com muitas subidas, até cair no chão.

De acordo com o laudo, o animal sofreu síndrome de exaustão, caracterizada por desidratação, perda de eletrólitos e hipertermia, quadro que pode gerar déficit de oxigenação nos tecidos e provocar paradas cardiorrespiratórias. O documento destaca que o “total desfalecimento do animal sob o piso ocorre apenas quando é forçado até o extremo” — o que teria acontecido com Gaúcho.

Além da mutilação das patas ainda em vida, o cavalo apresentava oito lesões no lado direito do corpo, nove no lado esquerdo, além de ferimentos no tórax e abdômen. “O animal examinado estava em situação de sofrimento e, consequentemente, maus-tratos”, concluiu o perito criminal.

Com base no inquérito, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra o tutor, classificando o crime como “cruel e covarde”. Até a última atualização desta reportagem, a Justiça ainda não havia analisado o pedido, e o acusado seguia em liberdade.

Confissão e contradições

O tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, confessou à polícia ter decepado as patas do animal, mas alegou que o cavalo já estava morto quando cometeu o ato. Ele afirmou estar “embriagado e transtornado” e disse se arrepender.

Uma testemunha, que também participava da cavalgada, relatou em depoimento que Gaúcho parou de andar e deitou no chão devido ao cansaço. Nesse momento, segundo a testemunha, Andrey teria dito: “se você tem coração, melhor não olhar”, antes de sacar um facão da cintura e golpear a pata do cavalo.

A testemunha declarou ainda que deixou o local passando mal, sem saber o que ocorreu depois.

A Polícia Civil segue investigando o caso. Até agora, ninguém foi preso.

Fotos: Reprodução

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