Operação “Contrafactual” cumpre mandados e investiga esquema contábil envolvendo emissão de documentos falsos e movimentações financeiras irregulares
Por Redação | Portal A Gazeta RM
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou indícios de apropriação indevida de valores superiores a R$ 1,5 milhão e uso de notas fiscais falsas em uma empresa cerealista de Passos (MG). Segundo as investigações, o grupo utilizava documentos fiscais sem correspondência em operações reais de compra e venda, manipulando balanços contábeis para justificar movimentações financeiras irregulares.
Diante das evidências, a corporação deflagrou, na manhã desta terça-feira (7), a operação “Contrafactual”, visando cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Durante a ação, foram recolhidos documentos, aparelhos celulares e materiais contábeis que servirão para aprofundar a apuração dos fatos.
Conforme a PC, o esquema envolvia a emissão de notas fiscais “frias” — documentos falsos usados para dar aparência de legalidade a transações inexistentes. Esse mecanismo permitia movimentações financeiras ilícitas, como uso indevido de cheques e depósitos bancários.
As apurações também indicam o envolvimento de um funcionário do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos (SinRural), apontado como peça-chave na emissão dos documentos falsos. Por decisão judicial, o servidor foi afastado das funções até a conclusão das investigações.
O delegado Felipe Capute, responsável pela operação, explicou que o objetivo é desarticular um sistema que simulava atividades rurais para ocultar desvios financeiros.
“A investigação busca descontinuar um sistema que simulava operações rurais inexistentes para gerar lastro contábil falso e movimentar recursos de origem ilícita. Nosso objetivo é garantir que práticas fraudulentas como essa sejam identificadas e interrompidas”, afirmou.
O nome “Contrafactual” faz referência à estratégia dos investigados de criar uma “realidade paralela” baseada em registros contábeis e notas fiscais fictícias, com o intuito de mascarar a inexistência de produção agrícola e justificar a circulação de dinheiro.
Durante as diligências, equipes da Polícia Civil também estiveram na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos, onde recolheram documentos relacionados à empresa cerealista investigada. Segundo a corporação, o proprietário da empresa mantinha vínculos associativos e contábeis com o sindicato.
Em nota oficial, o SinRural informou ter colaborado integralmente com as autoridades, fornecendo toda a documentação solicitada. A entidade reafirmou seu compromisso com a transparência e o cumprimento da lei, destacando que suas atividades seguem normalmente, incluindo o leilão agropecuário programado para esta terça-feira.
A Polícia Civil continua as investigações para identificar todos os envolvidos, rastrear o destino dos valores desviados e confirmar a extensão das operações fraudulentas.

Fotos: Divulgação | PCMG




