Secretaria da Administração Penitenciária afirma que ação preventiva não afetou visitas de familiares
Por Redação | Portal A Gazeta RM
Agentes do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, realizaram neste domingo (9) uma revista no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Edgard Magalhães Noronha, conhecido como Pemano, em Tremembé, e transferiram 61 detentos para outras unidades prisionais do estado.
Conforme a SAP, 55 presos foram transferidos por “comportamento inadequado no cárcere”. Entre eles, 38 foram levados para a Penitenciária I de Franco da Rocha, 17 para a P1 de Tremembé e seis para outras unidades. A operação foi classificada pela secretaria como “um trabalho de revista preventiva”, sem prejuízo às visitas de familiares.
Ação e deslocamento dos presos
A operação mobilizou dezenas de agentes do GIR e contou com o apoio do Comando e Operações Especiais (COE) da Polícia Militar. Uma equipe de TV regional flagrou o momento em que os agentes entraram no presídio pouco antes das 16h.
Por volta das 18h, quatro caminhões deixaram o Pemano escoltados por viaturas da Polícia Penal. Logo em seguida, três ônibus e um micro-ônibus do GIR também saíram do local.
Relatos de familiares
Do lado de fora, familiares dos presos disseram ter ficado apreensivos diante da movimentação intensa.
“Tivemos a informação de que era para nos retirarmos da unidade às 15h. Foi uma correria, todo mundo saindo sem entender o que estava acontecendo. Só vimos a polícia entrando, mas não recebemos informações concretas”, relatou Halane Cristina Siqueira, autônoma e esposa de um dos detentos.
Estrutura e superlotação
O Pemano faz parte do complexo prisional de Tremembé, que abriga outras unidades conhecidas, como a Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P2) — apelidada de “presídio dos famosos”, onde estão presos o ex-jogador Robinho e o ex-médico Roger Abdelmassih.
Segundo a SAP, o Pemano foi inaugurado em 1989, possui área de mais de 21 mil metros quadrados e capacidade para 2.672 detentos, mas atualmente abriga 3.060 presos, configurando superlotação. A unidade recebe internos do regime semiaberto e fica às margens da rodovia Amador Bueno da Veiga.
Função do Grupo de Intervenção Rápida
A SAP explicou que o GIR foi criado para atuar em situações de risco elevado, como rebeliões, motins e distúrbios dentro do sistema prisional.
“O GIR é composto por agentes especialmente treinados para agir em contextos críticos, com preparo físico e tático que garante a segurança dos servidores e dos detentos”, informou a secretaria em nota.
A Polícia Militar, que participou da ação por meio do COE, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.


Fotos: Peterson Grecco




