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Crise institucional se agrava com pedido de prisão de Alexandre Ramagem após sua saída do país

PSOL solicita prisão preventiva ao STF e à PF, enquanto se apura ordem sigilosa de Moraes já decretada para o deputado condenado

Por Redação | Porta A Gazeta RM

Uma nova crise institucional tomou força nesta semana em Brasília após desdobramentos envolvendo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na quarta-feira (19), parlamentares do PSOL protocolaram pedido formal junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal para que fosse decretada a prisão do deputado, sob suspeita de que ele teria deixado o país clandestinamente. A reivindicação ganhou ainda mais peso ao surgir informação de que uma prisão preventiva já havia sido autorizada há algum tempo, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, em caráter sigiloso, atendendo a um pedido da PF.

Em setembro de 2025, a Primeira Turma do STF condenou Ramagem a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, com regime inicial fechado. A pena decorre de sua participação em uma trama golpista, incluindo crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Além disso, o STF determinou a perda de seu mandato como deputado federal. Segundo a imprensa, o ministro Moraes decretou a prisão preventiva de Ramagem após surgir informação de que o parlamentar teria deixado o Brasil.

De acordo com relatos, Ramagem teria viajado para Boa Vista (RR) e, em seguida, seguido por via terrestre até a fronteira, com destino a outro país.

Parlamentares do PSOL — incluindo Henrique Vieira, Glauber Braga, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Talíria Petrone — pediram oficialmente ao STF e à PF que a prisão de Ramagem fosse cumprida com urgência.

O pedido se baseia em reportagens que indicam a presença de Ramagem em Miami (EUA), o que reforça as suspeitas de fuga.

Segundo a decisão anterior do STF, Ramagem estava proibido de deixar o país e era obrigado a entregar todos os passaportes.

O episódio reabre debates sobre responsabilidade institucional e uso indevido de órgãos públicos. Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, e sua condenação levanta questionamentos sobre espionagem e estrutura de poder paralela.

A situação também expõe a tensão entre o poder judiciário, a Polícia Federal e atores políticos, especialmente em questão de cumprimento de ordens judiciais e controle sobre agentes com influência política.

O caso de Ramagem ainda deve avançar por meio dos recursos da defesa. A execução da pena depende do trânsito em julgado, ou seja, do esgotamento das possibilidades de apelação.

Se a prisão preventiva decretada por Moraes for confirmada e cumprida, isso poderá acelerar os desdobramentos do processo penal.

Além disso, a pressão de outros partidos e da sociedade por uma atuação firme da PF e do STF pode influenciar os rumos da crise institucional nos próximos dias.

Foto: Reprodução

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