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Denúncia e indignação: Ex-presidente do Conselho de Saúde de Bananal, SP expõe esquema de irregularidades em entrevista ao Portal A Gazeta RM

Por Redação | Portal A Gazeta RM

Em uma entrevista intensa e reveladora ao Portal A Gazeta RM, Célia Maria Villar Lemos, ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde de Bananal (SP), rompeu o silêncio e detalhou uma série de denúncias que apontam graves irregularidades na gestão da saúde pública do município, com foco em fraudes envolvendo o número de unidades de saúde, contratos de gestão e o uso de verbas do combate à COVID-19.

Início da participação no Conselho

Célia conta que ingressou no Conselho Municipal de Saúde em 2017, em um momento em que o órgão estava praticamente inativo e sem estrutura. “Fui convidada porque não tinha ninguém. Quando cheguei, descobri que os livros de registros oficiais não estavam no Conselho, mas com os próprios fiscalizados”, disse. Ela afirma ter denunciado à Promotoria a ausência de editais de convocação e a falta de eleições legítimas para o Conselho.

Denúncia contra secretário envolvido em escândalo

Segundo Célia, já no início de sua participação, questionou a nomeação do então Secretário de Saúde, que estaria respondendo a processos por desvios de milhões em Barra Mansa (RJ). “Fui até a prefeitura e disse que não aceitava isso. Que um secretário investigado por corrupção não poderia estar aqui em Bananal.”

Fraudes em PSFs e relatórios falsos

Um dos principais pontos da denúncia se refere à existência de apenas três Programas de Saúde da Família (PSFs) ativos, quando os relatórios oficiais enviados ao Ministério da Saúde indicavam cinco unidades. “Isso foi incluído nos relatórios de gestão para justificar gastos inexistentes”, afirmou. Ela denuncia que houve superfaturamento e fraude em registros oficiais com impacto direto no valor das verbas repassadas.

A suposta farsa, segundo ela, teria sido reforçada em 2021, quando Cláudio de Souza — então secretário — teria recredenciado cinco PSFs pouco antes da chegada da Polícia Federal à cidade. “Foi uma maquiagem. Ele fez isso só para encobrir a fraude anterior”, disparou.

Contas aprovadas com Assinaturas ilegítimas

Célia afirma que, mesmo sendo presidente do Conselho, nunca assinou aprovações de contas do período, especialmente as referentes aos gastos com a pandemia. Segundo ela, quem assinou no lugar dela foi a então conselheira e atual vereadora Elisângela. “Ela assinou como se fosse eu. Isso é falsidade ideológica. Fiz boletins de ocorrência, mas só agora descobri que sequer instauraram inquérito.”

Críticas à Justiça e ao Ministério Público

Ela também direciona críticas diretas ao sistema judiciário local, alegando omissão e desatenção das autoridades diante das provas apresentadas. “Entreguei tudo pra promotora. Se isso não foi para os autos, a juíza foi induzida ao erro. Arbitraram 18 milhões para os prefeitos devolverem, como se os cinco PSFs fossem reais. Todo mundo sabia que não eram.”

Escândalo com dinheiro público e aumento de patrimônio

Outro ponto levantado na entrevista é o enriquecimento suspeito de agentes públicos e aliados políticos. “Gente que declarou R$ 20 mil agora tem mercado, vacas, sobrinha em faculdade de medicina particular…”, comentou, referindo-se ao prefeito e sua família. “A mãe da menina declarou zero na eleição. Quem paga os 15 mil por mês da faculdade? É a gente, com o nosso imposto!”

Caso Kelsey e indignação final

A indignação de Célia atinge o ápice ao citar a morte de uma paciente, Kelsy, e a tentativa da prefeitura de justificar o atendimento com um vídeo suspeito. “Mostraram um homem entubado pra justificar a morte da Kelsy. Quem autorizou filmagem dentro da sala vermelha? Que família cede isso? Isso não cola. É desrespeito com a inteligência do povo.”

Ela encerra a entrevista afirmando que, caso Cláudio de Souza volte ao cargo, levará o caso à Procuradoria-Geral da República para exigir que ele comprove quem assinou e aprovou as contas da pandemia. “Eu deixei pra lá, mas agora não vou mais me calar.”

Foto: Reprodução

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