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Estudantes da Maxion, de Cruzeiro, SP integram exposição fotográfica virtual durante a COP30

Fora da COP30, jovens periféricos brasileiros promovem exposição fotográfica virtual retratando desafios ambientais em suas cidades

Por Ricardo Morato 

• Estudantes do programa Formare, da Fundação Iochpe, expressam seu olhar crítico, sensível e criativo do meio onde vivem

• Trabalho contou com o apoio e orientação do fotógrafo Érico Hiller

Danilo Silva, Lorena Neres Rosa e Joel Rodrigues da Silva não se conhecem, mas carregam algumas semelhanças: são jovens periféricos brasileiros, estudam em escolas da rede pública e moram em municípios com enormes desafios ambientais. Todos eles estão fora da COP30, mas encontraram uma solução criativa para chamar a atenção de quem realmente está envolvido com a agenda climática: utilizaram as lentes de seus aparelhos para registrarem problemas ambientais nas cidades onde moram. A coleta dessas imagens acabou resultando em uma exposição fotográfica virtual e aberta ao público durante a realização da COP30.

A iniciativa, promovida pelo programa Formare, da Fundação Iochpe, tem como objetivo conectar os alunos às grandes discussões globais, fortalecer sua consciência socioambiental e estimulá-los a assumir um protagonismo na construção de um futuro melhor. Pretende também provocar os estudantes a expressarem seu olhar crítico, sensível e criativo sobre os problemas ambientais de suas cidades, produzindo fotografias autorais e valorizando a voz da juventude.

“ Conseguimos mobilizar estudantes de diferentes empresas parceiras para entender os desafios climáticos e as oportunidades de um mundo mais sustentável. Esses jovens registraram suas percepções em seus territórios, mostrando que falar de meio ambiente é também falar de saúde, mobilidade, renda e futuro. Mais do que observadores, esses estudantes são protagonistas de uma nova geração que começa a ingressar no mundo do trabalho com um olhar atento para a sustentabilidade. Eles podem influenciar decisões, repensar práticas e impulsionar os chamados “empregos verdes”, que unem propósito, inovação e impacto social. A campanha nos convida a refletir: as comunidades que menos participam das grandes discussões climáticas são justamente as que mais sentem seus efeitos. Ainda assim, delas emergem olhares potentes, capazes de transformar vivências cotidianas em expressões de consciência, pertencimento e esperança”, explica Claudio Anjos, presidente da Fundação Iochpe.

Antes de iniciarem os registros fotográficos em campo, os jovens contaram com o apoio do fotógrafo Érico Hiller. O autor do livroÁgua Brasil, publicado pela editora Vento Leste, dedicou parte de seu tempo por meio de um webinar exclusivo, interagindo com os estudantes, explicando o seu trabalho de registro de desafios da crise hídrica no país e ensinando algumas técnicas de fotografia para que eles pudessem aproveitar mais recursos de seus aparelhos celulares.

O estudante Danilo Silva, da Thales, de São Bernardo do Campo, resolveu clicar o trabalho dos catadores de lixo. E vai além: “Entre o concreto e o lixo, há uma história que a cidade finge não ver. Essas mãos que vasculham restos não buscam luxo, buscam vida. Em cada pedaço de papelão, em cada embalagem esquecida, existe a prova de uma sociedade que produz abundância e, ao mesmo tempo, descarta pessoas. As caçambas de lixo que relatam uma falsa ajuda esperançosa e os fazem acreditar de que ainda há um certo grau de importância para aqueles que vivem à base de restos. O cão que observa, fiel e silencioso, parece compreender o que muitos ignoram: que a sobrevivência, quando negada pela dignidade, se torna um ato de resistência. Talvez o verdadeiro lixo não esteja nas ruas, mas na indiferença”.

Para acessar a exposição completa: https://sites.google.com/fiochpe.org.br/formarenarotadacop30/a-campanha?authuser=0

Sobre a Fundação Iochpe: organização sem fins lucrativos, mantém há 36 anos o Programa Formare, referência no Brasil que proporciona formação profissional a jovens em situação de desvantagem socioeconômica. Mantido em parceria com empresas de médio e grande portes, oferece cursos de formação profissional inicial para o mercado de trabalho a jovens de famílias de baixa renda do ensino médio matriculados em escolas públicas.

Por meio do trabalho de educadores voluntários, o programa já formou mais de 27 mil jovens, e o índice de formalização no mercado de trabalho chega a 89% dos egressos nos últimos dez anos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Plano CDE em 2023. Os cursos são certificados pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) aqui no Brasil,      pela UTSLP (Universidade Tecnológica de San Luis Potosí) e UTCH (Universidade Tecnológica de Chihuahua), ambas no México, e pela Savitribai Phule Pune University, na Índia.      

Números Formare:  

Unidades: 61| Empresas parceiras: 41 | Jovens impactados em 2024: 1016 | Educadores voluntários atuantes em 2024: + 4300 | Cobertura nacional: 52 municípios em 12 Estados do Brasil | 4 unidades no México | 1 unidade na Índia.

Mais informações: www.fiochpe.org.br

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