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Ex-candidato a vereador em São José dos Campos, SP é preso em Minas Gerais por roubo e posse de drogas

Eduardo Guedes da Cunha, com discurso conservador e cristão nas redes, foi detido junto com outro joseense após invadir residência se passando por policial

Por Redação | Porta A Gazeta RM

O ex-candidato a vereador de São José dos Campos (SP), Eduardo Guedes da Cunha, de 42 anos, foi preso em 12 de novembro de 2025, na cidade de Pavão (MG), próximo a Teófilo Otoni, acusado de roubo e posse de drogas para consumo pessoal.

Guedes da Cunha apresentava-se nas redes sociais como ativista conservador, defensor de “Deus, pátria e família”, segurança pública e valores tradicionais.

No Instagram, onde somava cerca de 64 mil seguidores, ele frequentemente publicava mensagens cristãs e espirituais, exaltando a fé e a importância de princípios religiosos em sua vida.

Em suas postagens antes das eleições de 2024, quando concorreu a vereador pelo partido Avante, ele manifestava apoio ao então presidente Jair Bolsonaro: “Se Deus quiser vamos defender nossa família, nossos valores e princípios como nosso presidente Bolsonaro”, disse em 17 de setembro de 2024.

Na data do seu aniversário, em 1º de novembro deste ano, escreveu agradecendo “por cada lição, cada conquista, cada sorriso e também por cada lágrima”, pedindo que Deus guiasse seus passos num novo ciclo de vida.

Além disso, Guedes criticava publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e figuras da esquerda, reforçando seu posicionamento político nas redes.

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, Eduardo e o também joseense Ricardo Coutinho de Souza invadiram a casa de uma mulher identificada como Daniela Mendes, se passando por policiais armados.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi rendida, teve a residência revirada, e foi obrigada a desbloquear o celular para que os suspeitos fizessem um Pix de R$ 550. Também foram levados dinheiro e o próprio aparelho.

Após a fuga, a polícia militar montou um esquema de monitoramento nas estradas da região e localizou os suspeitos em um Meriva prata com placas de São José dos Campos, dirigido por Eduardo.

No veículo, foram apreendidos diversos itens: uma arma de airsoft com potencial lesivo, esferas de aço usadas como munição, cocaína, maconha, um soco inglês, canivete, algemas, aparelho de choque, facão e um machado.

Em depoimento à polícia, Eduardo afirmou que havia ido até Teófilo Otoni para ajudar um homem a construir uma cerca, alegando exercer a profissão de serralheiro. Ele disse ainda enfrentar depressão, ter câncer e que começou a usar drogas recentemente.

Segundo ele, teria ido à casa da vítima para comprar cocaína e feito transferências para Daniela entre os dias 3 e 12 de novembro, totalizando R$ 1.100, valor que afirmava ter usado para pagar as substâncias.

Contudo, o delegado Leonardo dos Santos Diniz, responsável pela prisão, considerou a versão apresentada por Eduardo “incrédula”: segundo ele, não é coerente que dois homens se deslocassem desde São José dos Campos para Teófilo Otoni apenas para construir uma cerca.

Ainda de acordo com o delegado, na casa da vítima não foram encontrados entorpecentes ou balança de precisão, o que, segundo ele, “refuta” a versão de que teriam ido até ali para comprar drogas. Por outro lado, os policiais apreenderam uma arma de pressão, o celular da vítima, pequena quantidade de drogas e uma cédula de R$ 50, conforme descrição da vítima.

Após a prisão em flagrante, Eduardo e Ricardo foram levados para audiência de custódia em 14 de novembro, quando a prisão foi convertida em preventiva, sob justificativa de “garantia da ordem pública e aplicação da lei penal”.

A defesa entrou com habeas corpus, pedindo liberdade provisória até o julgamento do processo, mas a liminar foi negada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) em 19 de novembro.

Ainda não há data definida para o julgamento do mérito no tribunal, segundo informações do TJ-MG.

Eduardo e Ricardo foram encaminhados para o presídio de Teófilo Otoni (MG), onde aguardam os próximos passos do processo.

Foto: Reprodução/Facebook

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