Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) cita risco de fuga e manipulação de tornozeleira eletrônica; detenção ocorre dias antes de início da execução de pena de 27 anos
Por Redação | Porta A Gazeta RM
Em Brasília, na manhã de sábado (22), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi conduzido à custódia pela Polícia Federal — em cumprimento a ordem do ministro Alexandre de Moraes do STF — como medida preventiva, diante de indícios de tentativa de fuga e risco à ordem pública.
Contexto e detalhes da operação
Bolsonaro, de 70 anos, encontrava-se em prisão domiciliar desde agosto, por descumprimento de medidas cautelares no âmbito do processo que o condenou por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em 11 de setembro de 2025, o STF o condenou a 27 anos e 3 meses de prisão por chefiar organização criminosa voltada à subversão da ordem democrática.
A ordem de prisão preventiva foi motivada por:
– Indícios de violação da tornozeleira eletrônica que monitorava Bolsonaro, exatamente às 0h08 de sábado.
– Planejamento, segundo o ministro Moraes, de fuga para embaixadas em Brasília, aproveitando manifestação de apoiadores convocada pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro.
– A PF confirmou em nota que cumpriu “ordem de prisão preventiva conforme decisão do STF” embora não tenha citado nominalmente Bolsonaro no comunicado inicial.
– A defesa de Bolsonaro sustentava que a execução da pena deveria ocorrer em regime domiciliar por motivos de saúde — ele já submetido a cirurgias e com histórico médico delicado desde ataque em 2018.
Reações e implicações
– A prisão foi bem-vista por setores que defendem o respeito à legislação e ao sistema de Justiça, como uma reação firme ao que foi apontado como tentativa de golpe.
– Aliados de Bolsonaro classificaram a medida como perseguição política, e sua base de apoio convocou protestos em frente à sede da Polícia Federal em Brasília.
– A prisão preventiva não necessariamente significa o imediato início da pena de 27 anos, que ainda depende de esgotamento de recursos. O próprio STF afirma que a medida visa garantir “a ordem pública” e evitar risco de fuga.
Próximos passos
– Está marcada uma sessão extraordinária do STF para votação sobre a execução da pena e sobre os efeitos da prisão preventiva.
– A defesa de Bolsonaro poderá solicitar novamente que a pena seja cumprida em regime domiciliar, alegando problema de saúde, o que ainda será avaliado.
– O ambiente político brasileiro poderá sofrer nova escalada de tensão, com mobilização de apoiadores e opositores, além de repercussões sobre o calendário eleitoral de 2026, já que Bolsonaro está impedido de concorrer a cargos públicos até 2030.
Foto: Isac Nóbrega/PR




