Skip to content

Operação Carbono Oculto: postos de combustíveis em Lorena, São José dos Campos e Taubaté, SP aparecem em investigação

Ação da Polícia Federal e do MP aponta ligação de empresários do setor com esquema de lavagem de dinheiro atribuído ao PCC

Por Redação | Porta A Gazeta RM

A Operação Carbono Oculto, considerada a maior já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou que 15 alvos da investigação são sócios de pelo menos 251 postos de combustíveis em quatro estados do país, incluindo estabelecimentos nas cidades de Lorena, São José dos Campos e Taubaté, no Vale do Paraíba.

Entre os postos citados na região estão:

– Auto Posto Parque Lorena Ltda – Av. Tomaz Alves de Figueiredo, 450, Cidade Industrial, Lorena/SP (bandeira branca, sócio Pedro Furtado Gouveia Neto).

– Auto Posto Nova Era Ltda – Av. Dr. Adhemar de Barros, 250, Jardim São Dimas, São José dos Campos/SP (Rodoil, sócio Pedro Furtado Gouveia Neto).

– Auto Posto GAP São José Ltda – Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 9500, Vila Tatetuba, São José dos Campos/SP (bandeira branca, sócio Guilherme da Silva Oliveira).

– Auto Posto Marechal Mercado Shopping Ltda – Av. Charles Schnneider, 1700, Loja 122, Parque Senhor do Bonfim, Taubaté/SP (bandeira branca, sócio Luiz Ernesto Franco Monegatto).

Esquema nacional de lavagem

Deflagrada em agosto, a operação teve como alvo mais de 350 pessoas e empresas suspeitas de integrar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Segundo decisão judicial que autorizou buscas e prisões, os investigados seriam responsáveis por ocultar recursos obtidos em atividades criminosas, utilizando postos de combustíveis como fachada.

Um levantamento do g1 apontou que a maior parte dos postos ligados aos investigados (233) está em São Paulo, especialmente na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Outros 15 ficam em Goiás, um em Minas Gerais e dois no Paraná.

Quase metade dos postos (127) operam como bandeira branca, sem vínculo com distribuidoras. Os demais são ligados às redes Ipiranga (52), Rodoil (33), BR Petrobras/Vibra (29) e Shell/Raízen (12). Nenhuma das distribuidoras foi alvo direto da operação.

Reações e posicionamentos

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que as evidências da operação poderão embasar processos administrativos que podem levar à cassação da autorização de postos. Segundo o órgão, alguns dos investigados já haviam sido punidos antes da ação.

As distribuidoras se manifestaram:

– Ipiranga declarou não compactuar com práticas ilícitas e defendeu maior fiscalização no setor.

– Rodoil informou que já havia identificado inconsistências e rompeu contratos com postos suspeitos desde março de 2025.

– Vibra (Petrobras) disse manter rigorosos padrões de compliance e destacou que já desligou mais de 100 postos em São Paulo nos últimos dois anos.

– Raízen (Shell) afirmou estar apurando os fatos e que tomará medidas cabíveis, reforçando compromisso com ética e transparência.

Defesa dos citados

Dos 15 principais alvos da operação, alguns se manifestaram negando irregularidades, alegando que todas as atividades empresariais são lícitas e que irão colaborar com as investigações. Outros não tiveram defesa localizada até o fechamento da reportagem.

Foto: Google Maps

Conteúdo Relacionado