Mais de 10 mil produtos adulterados foram fabricados e vendidos pela internet; quatro pessoas foram presas e um menor apreendido
Por Redação | Portal A Gazeta RM
Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) mais de 10 mil medicamentos falsificados foram produzidos e comercializados pela internet nos últimos três anos em cidades do Sul de Minas. O esquema, com base em Campo do Meio (MG), foi alvo da 2ª fase da Operação Reação Adversa, deflagrada nesta quarta-feira (12) em municípios mineiros e no interior de São Paulo.
A ação resultou no cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo do Meio, Campo Belo, Boa Esperança e Ribeirão Preto (SP). Foram presos em flagrante quatro homens, além da apreensão de um menor de idade.
Conforme o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os produtos falsificados incluíam vermífugos, antipulgas e xampus para animais, além de comprimidos para disfunção erétil. As investigações apontam que os medicamentos eram vendidos cerca de 30% abaixo do preço de mercado e enviados para mais de 20 estados brasileiros.
Durante a operação, o GAECO apreendeu embalagens, seringas, comprimidos, notebooks, cartões bancários, maquininhas de pagamento, dinheiro e munições. Todo o material foi levado para a base da Polícia Militar em Campos Gerais, onde foi lacrado e contabilizado.
Segundo o tenente Jance Terra, da Polícia Militar, as falsificações eram realizadas em residências comuns, adaptadas como depósitos e locais de produção.
“Eram casas de família utilizadas para falsificação. Encontramos galões com líquidos suspeitos, que seriam usados na produção de cosméticos”, afirmou o policial.
O coordenador do GAECO de Passos, promotor Rafael Calil Tannus, explicou que perícias realizadas na primeira fase da operação já haviam apontado que os produtos não continham as substâncias originais, representando risco à saúde humana e animal.
“A perícia constatou que grande parte desses medicamentos não correspondia aos originais. Essa constatação traz uma grande preocupação, pois não sabemos quais efeitos essas substâncias podem causar”, destacou.
Os suspeitos responderão por falsificação de medicamentos e organização criminosa, crimes que podem resultar em penas de até 14 anos de prisão.
O promotor também fez um alerta à população para verificar rótulos, lotes e validade dos produtos, e desconfie de preços muito abaixo do normal.
“A embalagem deve conter número de lote e data de validade. O consumidor precisa ficar atento e desconfiar de preços muito baixos, que podem indicar falsificação”, completou Tannus.
A Operação Reação Adversa segue em andamento, visando identificar outros envolvidos e rastrear a origem dos insumos utilizados na fabricação dos produtos adulterados.

Fotos: Eduardo Marins / Reprodução




