Por Redação | Porta A Gazeta RM
Uma campanha publicitária da marca brasileira Havaianas, estrelada pela atriz Fernanda Torres, tornou-se foco de debate público nas redes sociais e em veículos de imprensa neste fim de dezembro de 2025. O comercial, lançado como parte da divulgação de fim de ano, gerou críticas de políticos e apoiadores da direita, que passaram a chamar por um boicote à marca e a questionar seu suposto viés político.
No comercial em questão, Fernanda Torres, atriz premiada recentemente no exterior pelo filme Ainda Estou Aqui, afirma que “não quer que você comece 2026 com o pé direito”, sugerindo que o público deveria entrar no próximo ano “com os dois pés” — uma expressão popular no Brasil que costuma significar empenho ou energia. A fala é acompanhada de metáforas como “os dois pés na porta”, “os dois pés na estrada” ou “os dois pés onde você quiser”.
Críticos da campanha, muitos alinhados a setores do espectro de direita, interpretaram a expressão como uma mensagem com conotação política, associando a frase “pé direito” a uma referência ideológica à direita política, e reagiram negativamente nas redes sociais. Alguns políticos e influenciadores reagiram pedindo boicote à marca — inclusive por meio de vídeos simbólicos descartando chinelos e trocadilhos com o slogan da Havaianas.
Desde a divulgação do comercial, a polêmica ganhou ampla repercussão nas plataformas digitais, com críticas e divergências de opinião entre internautas e atores políticos. Em algumas publicações, parlamentares como Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira utilizaram suas redes para comentar o comercial e sugerir mudanças de consumo, chegando a fazer trocadilhos com a marca.
A repercussão também impactou o desempenho da Alpargatas S.A., empresa controladora da Havaianas, no mercado financeiro: houve registro de queda nas ações da companhia na bolsa brasileira, atribuída em parte à repercussão da campanha e à reação dos consumidores e investidores.
Apesar das críticas, o perfil oficial da Havaianas nas redes sociais também registrou aumento significativo no número de seguidores nas últimas 48 horas, o que demonstra o alcance e volume de interações gerado pela controvérsia, ainda que nem todos expressem apoio à marca.
Até o momento, nem a Havaianas nem Fernanda Torres emitiram declarações públicas formais sobre a repercussão do comercial, e a empresa não confirmou que houve qualquer intenção de posicionamento político explícito na campanha.
Especialistas em comunicação e comentaristas de mídia observam que campanhas publicitárias podem ser interpretadas de diversos modos em um ambiente político polarizado, especialmente no Brasil, onde o debate público tem sido marcado por disputas ideológicas que ultrapassam os campos tradicionais da política partidária e chegam às manifestações culturais e de consumo. A expressão escolhida para o comercial, embora usual no contexto de marketing motivacional, foi lida por alguns como sinal de uma preferência simbólica, o que alimentou a controvérsia nas redes e na imprensa.
A discussão sobre o comercial da Havaianas segue em andamento nas redes sociais e na mídia brasileira, com opiniões divergentes sobre a interpretação do conteúdo e os efeitos de campanhas publicitárias no contexto sociopolítico atual. A controvérsia também reflete como temas cotidianos podem se tornar objetos de disputas ampliadas em tempos de polarização política.
Principais pontos da polêmica
– Comercial de fim de ano da Havaianas com Fernanda Torres é criticado por setores da direita por frase interpretada com conotação ideológica.
– Políticos e influenciadores pedem boicote à marca nas redes sociais.
– Campanha impacta seguidores e desempenho de mercado da marca controladora.
– Nem a marca nem a atriz se manifestaram formalmente sobre o debate.
Foto: Reprodução | Redes Sociais
