Por Redação | Portal A Gazeta RM
A Polícia Civil liberou, nesta quarta-feira (4), duas viaturas falsas apreendidas durante a gravação de uma série na cidade de Tremembé, interior de São Paulo. Os veículos, que simulavam carros da Polícia Militar e da Polícia Penal, foram entregues à produtora responsável após perícia e retirada completa dos adesivos que caracterizavam os veículos como oficiais.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as investigações sobre a adulteração de veículos continuam. Os carros foram apreendidos no dia 26 de novembro, após serem flagrados por câmeras inteligentes da Prefeitura de Tremembé, que identificaram placas irregulares e acionaram a Polícia.
Os veículos foram estratégicos na rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), próximo ao local das filmagens. Após a abordagem, foi constatado que os carros estavam sendo usados para fins cenográficos, mas não possuíam autorização da Polícia Militar (PM) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), órgãos representativos do estado.
“As câmeras inteligentes identificavam placas fora de padrão ou sem registro, o que era o caso dessas viaturas. Isso nos deu um alerta. Com a ampliação das imagens, verificamos que o grafismo das viaturas também não era original”, explicou Marcus Querido, secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Tremembé.
Conforme registrado no boletim de ocorrência, o produto havia solicitado autorizações ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e à Polícia Rodoviária Estadual (PRE) para uso do local nas filmagens. Entretanto, não houve autorização de dívida da PM e da SAP para o uso de veículos com características oficiais.
“Após várias verificações, constatamos que não houve autorização da Polícia Militar do Estado de São Paulo nem da Secretaria de Administração Penitenciária para a utilização de veículos com ocasiões especiais”, destaca o boletim de ocorrência.
Apesar do caráter cenográfico, o uso das placas falsas foi registrado como adulteração de sinal identificador de veículo automotor, crime previsto no Código Penal. O BO esclarece que a finalidade dos veículos era exclusivamente ficcional, sem intenção fraudulenta ou criminosa, mas ressalta que os responsáveis pela produção agiram com imprudência.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades dos envolvidos. A liberação dos veículos ocorreu após perícia detalhada e a remoção completa dos adesivos.
A equipe de reportagem independente da Amazon, que está desenvolvida está vinculada à produção da série, para obter esclarecimentos, mas ainda aguarda um posicionamento da empresa.
A produtora, por sua vez, reafirmou que possuía autorização do DER para a utilização do local das filmagens e garantiu que o caso foi esclarecido.
O incidente chama atenção para a necessidade de maior rigor no planejamento de produções audiovisuais que envolvam elementos oficiais ou caracterizações sensíveis. O uso de veículos com aparência de viaturas reais sem as autorizações gerou transtornos para a produtora e mobilizou recursos públicos, além de levantar questionamentos sobre o controle no setor.
As investigações continuam para definir eventuais possibilidades e prevenir casos semelhantes no futuro.
Fotos: Divulgação/SSP