Operação envolveu forte escolta, e unidade usada concentra líderes do crime organizado; governo afirma que não há contato entre detentos.
Por Redação | Porta A Gazeta RM
Na manhã desta quarta-feira (12), o governo federal transferiu sete chefes da facção Comando Vermelho (CV), com atuação no estado do Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A unidade é administrada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e integra o Sistema Penitenciário Federal (SPF), cuja finalidade é abrigar presos de alta periculosidade.
A Penitenciária Federal de Catanduvas foi inaugurada em junho de 2006 como primeira unidade do SPF, com o objetivo de isolar lideranças do crime organizado em regime de segurança máxima. Ela possui células individuais, tecnologia de vigilância e restrições rigorosas de contato.
Segundo a normativa, beneficiam-se desse regime presos que desempenharam função de liderança ou integração relevante em organização criminosa.
De acordo com fontes do Ministério da Justiça, os sete detentos foram levados sob escolta reforçada das forças de segurança do Rio de Janeiro até a Base Aérea no Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador. Sob custódia da Polícia Penal Federal, seguiram de avião até o Paraná, permanecendo algemados nas mãos e nos pés durante todo o trajeto, que teve duração estimada em cerca de uma hora e meia. (relato conforme apuração)
Na unidade de destino, cada preso passa por trâmites de admissão, individualização de cela e classificação de risco. A pasta afirma que “não há contato entre os detentos” na mesma penitenciária, em referência direta à operação.
O Comando Vermelho é uma das principais organizações criminosas do Rio de Janeiro, com ramificações interestaduais. Recentemente, outras lideranças da facção já haviam sido transferidas para Catanduvas ou outras unidades federais.
A movimentação integra estratégia para diminuir a influência de criminosos dentro do sistema prisional estadual, e para evitar que chefes mantenham comando ou influência externa.
Hoje, o SPF conta com cinco presídios federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF).
Os locais são destinados a presos condenados ou provisórios de alta periculosidade, com regime diferenciado.
A transferência de um grupo de sete chefes se dá num momento delicado para o sistema prisional: a necessidade de impedir que presos de forte influência operem de dentro das cadeias e possam articular com fora ou manter articulações criminosas. A seleção para essas unidades exige critérios como a participação reiterada em organização criminosa, liderança direta ou potencial de continuidade do crime mesmo preso.
A movimentação reforça a estratégia do governo federal de utilizar penitenciárias federais como instrumento para fragilizar o comando das facções no nível estadual. A permanência desses presos em unidade de máxima segurança e com restrições severas coloca em evidência a articulação entre Ministério da Justiça, Depen e estados para coordenar essas transferências. Ainda assim, autoridades acompanham atentamente possíveis repercussões: rebeliões, retaliações ou influência residual, exigindo monitoramento constante.
Se desejar, posso buscar o nome, as condenações e o histórico de cada um dos sete transferidos, para complementar a matéria com mais detalhamento judicial.
Foto: Divulgação




