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Falso médico que socorria vítimas na via Dutra é preso suspeito de furtar empresa onde trabalhava em Sorocaba, SP

Gerson Lavísio é suspeito de furtar a empresa onde trabalhava como auxiliar de produção. Segundo a Polícia Civil, após o furto, o homem se desligou da empresa e não retornou para receber as indenizações.

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Gerson Lavísio, o falso médico que iniciou a amputação da perna de um paciente depois de um acidente em Lavrinhas (SP), em 2022, foi preso novamente nesta sexta-feira (8), em Sorocaba (SP).

A prisão ocorreu enquanto a Polícia Civil investigava um furto a uma empresa da cidade. O falso médico era ex-funcionário do estabelecimento, onde trabalhava como auxiliar de produção, e é apontado o principal suspeito do crime.

De acordo com a Polícia Civil, após o furto, o homem se desligou da empresa e não retornou para receber as indenizações trabalhistas. Ainda de acordo com a polícia, ele era procurado pela Justiça por possuir dois mandados de prisão em aberto contra ele.

Lavísio foi localizado e preso no Jardim Nova Manchester e levado para a Delegacia de Sorocaba.

Falso médico

Foto: Reprodução

Gerson Lavísio atuava como médico no resgate da rodovia e passou a ser investigado em março de 2022, depois de ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um CRM (registro profissional) falso, em nome de outro profissional.

Na delegacia, segundo a Polícia Civil, ele confessou não ter formação médica. Na época, ele admitiu que não tinha registro de médico e nem faculdade de medicina.

A suspeita sobre o falso profissional começou quando atendia as vítimas de um acidente na rodovia em Lavrinhas. Um engavetamento entre três caminhões deixou um motorista preso nas ferragens, um homem de 36 anos. Durante o atendimento, ele decidiu pela amputação da perna da vítima.

Em 2022, Gerson foi condenado por exercício ilegal da profissão. A pena dele, de seis meses de prisão, foi revertida no pagamento de dois salários mínimos a uma entidade social.

Atuação na região de Sorocaba

Falso médico aparece em fotos na região de Sorocaba — Foto: Reprodução




Gerson chegou a aparecer em fotos com bebês em hospitais da região de Sorocaba (SP). As imagens foram feitas há quase dez nos.

Em uma das fotos, Gerson posou ao lado de uma bebê vestida de roupa rosa, em 2015. Na época, a mãe da menina não quis dar entrevista, mas disse que o rapaz se apresentava como estudante de medicina e chegou a examiná-la.

Uma médica suspeitou da situação e o proibiu de frequentar a área entre 2014 e 2015.

Gerson também chegou a atuar por duas horas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jataí, em Votorantim (SP), no dia 3 de março de 2022.

Segundo a prefeitura, ele atendeu cinco pessoas durante o período. Destes pacientes, três receberam novamente atendimento médico e outros dois não foram encontrados, na ocasião.

Pastor, missionário, coach

O suspeito foi detido em 2022 depois determinar a amputação da perna de uma vítima de acidente na via Dutra. Conforme a investigação, os prontuários que ele fazia seguiam com erros de português e com medicações iguais para pacientes com queixas diferentes, conforme registrado na unidade de Saúde em Votorantim.

Gerson Lavísio falsificou a documentação de médico e ainda fez uma lista de vítimas se passando por pastor evangélico, missionário na África, coach cristão e namorado, com mais de uma companheira ao mesmo tempo.

Foto: Reprodução

Uma investigação do Fantástico apontou que o homem é de Cambará, no Paraná, tem 32 anos e exerce a função como falso médico há pelo menos quatro meses, quando começou a apresentar um diploma falso de medicina pela Unicid, que negou que ele tenha feito qualquer curso na instituição.

Gerson atendeu em ao menos três lugares diferentes. Os prontuários que ele fazia seguiam com erros de português e com medicações iguais para pacientes com queixas diferentes.

Eventos religiosos falsos

Foto: Reprodução

Nas redes sociais, Gerson ostentava vídeos no púlpito de igrejas e vídeos nos quais entrega profecias a fiéis. Em um deles, diz a um jovem que ele teria uma promessa de ser jogador de futebol.

Em publicações, ele chegava a compartilhar cartazes de eventos em que ele estaria, mas com endereços falsos. O suspeito fazia campanhas de oração e mentorias como “coach cristão”. De um de seus discípulos, ele chegou a levar R$ 400, e, durante a pandemia, recebia contribuições mensais.

Por g1