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Fundacc é alvo de operação por suspeita de desvio mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba

Operação é comandada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que cumprem mandados de busca e apreensão na sede da Fundacc e em endereços ligados a outros investigados.

Foto: João Mota

Por g1

A Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc) é alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público na manhã desta terça-feira (23).

A ação, que recebeu o nome de ‘Cultura em Ruínas’, é a continuidade de uma investigação que apura a suspeita de desvio de dinheiro público da fundação para a conta pessoal de funcionários.

O inquérito da Polícia Civil foi aberto em julho do ano passado, após uma denúncia anônima revelar a suspeita de que mais de R$ 200 mil da Fundacc foram desviados.

Os crimes investigados pela polícia e pelo MP que podem ter sido praticados pelos investigados são peculato e associação criminosa.

De acordo com informações do Ministério Público, movimentações bancárias mostram que a maior favorecida no esquema é a ex-diretora administrativa da Fundacc, Tatiana Batista de Jesus, que era comissionada e ocupou o cargo por seis anos.

Apesar disso, as investigações apontam que ela não agiu sozinha. Além dela, ao menos outros cinco funcionários são considerados suspeitos:

  • Adriana Cristina Brancalion Foreste;
  • Silmara Selma Matiazzo Bolognini;
  • Jean Cleber Nissola;
  • Pelleas de Moraes Almeida e
  • Vanmer Ribeiro.

A sede da fundação e endereços ligados a essas seis pessoas são alvos de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (23).

A Polícia Civil chegou a pedir a prisão temporária de todos os suspeitos. O MP reforçou o pedido, mas a Justiça entendeu que a prisão não é necessária nesse caso.

Por outro lado, o juiz Júlio da Silva Branchini determinou o afastamento dos investigados das funções públicas e o impedimento deles frequentarem os prédios públicos envolvidos na investigação.

Além disso, o grupo fica impedido de sair da cidade por mais 15 dias sem autorização prévia da Justiça.

Foto: João Mota

O que dizem o envolvidos?

A redação acionou a Fundacc, a Prefeitura de Caraguatatuba e tenta contato com todos os investigados.

Por meio de nota, a Fundacc confirmou que a sede da fundação foi alvo do cumprimento de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (23).

Segundo a fundação, foram apreendidos computadores para apurar supostos desvios “cometidos na gestão anterior”.

A defesa de Tatiana Batista de Jesus afirmou que ‘no momento oportuno, irão provar a inocência de Tatiana, que é apenas mais uma funcionária da empresa’.

A reportagem segue tentando também contato com os outros investigados.

A Fundacc informou também que a ação faz parte do processo de investigação que partiu de denúncia feita pela atual presidência.

A Prefeitura de Caraguatatuba, por sua vez, afirmou que está acompanhando o caso e contribuindo com as investigações. Além disso, a gestão municipal disse que a ‘Fundacc tem autonomia administrativa e financeira, cujas contas são avaliadas pelo Tribunal de Contas do Estado’.

Investigação

Iniciada em julho do ano passado, a investigação da Polícia Civil apura um possível desvio de R$ 200 mil da Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc). O Link Vanguarda teve acesso aos documentos que colocam uma servidora pública sob suspeita.

Uma denúncia anônima foi o ponto de partida. A Fundação Cultural admitiu as suspeitas e abriu uma sindicância para investigar a ex-diretora administrativa, Tatiana Batista de Jesus, que foi afastada do cargo.

Em relatório enviado à polícia no ano passado, Fundacc afirmou que “suspeitou de alguns comportamentos de Tatiana”, “tendo em vista que a mesma aparentava um certo nervosismo” e “recebia visitas de pessoas desconhecidas na sede da Fundacc cobrando valores a receber da servidora”.

Foto: Reprodução

Ainda de acordo com o relatório, na prestação de contas de maio, ao ser questionada sobre notas pagas para serviços – que a presidência da Fundacc alega desconhecer – Tatiana “justificou que se tratava de alguns reparos estruturais, manutenção de ar-condicionado”, “entre outros serviços prestados”.

Foto: Reprodução

A Fundação partiu para análise de cada pagamento que envolveu a ex-diretora nos meses de abril e maio e um detalhe chamou a atenção: depósitos bancários feitos pela Fundação na conta pessoal da servidora.

Foram ao menos 25 transferências a partir do dia 27 de abril. A Fundacc diz que o suposto desvio totalizaria cerca de R$ 201,9 mil em dois meses para a conta pessoal da servidora. Na somatória feita pela reportagem, o valor chega a R$ 228,8 mil.

Foto: Reprodução