Por Redação | Portal A Gazeta RM
Em um caso ocorrido neste domingo (3) em Passos, Minas Gerais, uma mulher de 42 anos foi presa por lesão racial contra um motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e por desacato a policiais militares. A situação ocorreu após a morte do pai da suspeita, um idoso de 75 anos, que sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto recebia atendimento pelos socorristas.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o Samu foi acionado para socorrer o idoso na Avenida Poços de Caldas, no bairro Cohab 2. Durante o procedimento de reanimação, que infelizmente não teve sucesso, a filha do paciente tentou interferir nas ações dos profissionais e insistiu em filmar a cena, atrapalhando o trabalho da equipe. Diante da dificuldade em controlar a situação, o Samu pediu apoio a Polícia Militar.
Após a confirmação do óbito, a situação escalou. A mulher, visivelmente alterada, passou a ofender verbalmente os profissionais do Samu e desacatar os policiais presentes. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), ela proferiu insultos racistas contra um dos funcionários do Samu, dizendo frases como: “seu preto fedido, por isso que é preto, não presta para nada este preto”, além de outras ofensas relacionadas à cor da pele.
A situação ficou ainda mais tensa quando uma mulher, em estado de descontrole, ameaçou tirar a própria vida e os dois cães que estavam em sua casa. Preocupados com o bem-estar dela, os policiais procuraram encaminhá-la para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Passos, mas ela se decidiu e continuou a reagir de forma agressiva, atacando os profissionais de saúde.
Para conter a situação, os policiais precisaram imobilizar a mulher com técnicas de contenção. Durante o procedimento, um dos policiais aplicou um mata-leão e outro a algemou, enquanto os funcionários do Samu seguravam suas pernas para evitar mais agressões. Ainda segundo o BO, um dos policiais chegou a usar spray de pimenta após uma mulher resistir a prisão.
Encaminhada para a UPA, uma mulher foi atendida pelo médico de plantão, que recomendou medicação. Contudo, ela se decidiu a tomar as medidas e, após autorização médica, foi liberada para ser levada à delegacia. No dia seguinte, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a mulher foi distribuída para o presídio de Passos, onde serão aguardadas as providências legais.
O caso, que envolveu injúria racial e desacato, foi presenciado por funcionários do Samu e pelos policiais, reforçando o teor das acusações. O corpo do idoso ficou sob a responsabilidade de outro filho.