Por Redação | Portal A Gazeta RM
Uma operação de fiscalização realizada pela Polícia Militar do Meio Ambiente, em conjunto com peritos do Ministério Público, revelou sinais de maus tratos em animais usados para transporte turístico de charretes em Caxambu (MG). A ação ocorreu no último domingo (27), e, durante a fiscalização, foram encontrados carrapatos em dois dos animais, sendo que um deles apresentou ferimentos. Este caso surge semanas após a morte de uma égua, chamada “Princesa”, que faleceu enquanto realizava um passeio com turistas. Laudos confirmam que a causa da morte foi envenenamento.
A Associação de Proteção dos Animais de Caxambu (APAC) vem enviar instruções sobre o fim do uso de animais nas charretes turísticas, considerando as condições de trabalho desgastantes e o risco de maus-tratos. Neide Siqueira Leite, vice-presidente da APAC, ressaltou a urgência da medida.
“Já relatamos esses dois casos de maus-tratos. No caso da água que faleceu, tentamos ajudar, mas não deu tempo. Defendemos o fim das charretes turísticas. Caxambu possui outras atrações e formas de turismo que não dependem do uso de animais. Acreditamos que chegou o momento de dar um basta”, disse Neide.
Em nota, a Prefeitura de Caxambu confirmou, nesta semana, que o laudo toxicológico da água que morreu em setembro apresentou envenenamento por chumbinho. O proprietário da “Princesa”, Igor Paulino, declarou que não recebeu o laudo oficialmente e ficou surpreso.
“Eu sou o maior interessado em esclarecer isso. Princesa era meu meio de trabalho, meu ganho-pão, então não faria sentido eu fazer algo que a prejudicasse. Infelizmente, muitas pessoas me julgaram sem conhecer os detalhes do caso”, afirmou Igor. Ele acrescentou que, poucos dias após a morte de Princesa, outro animal seu apresentou sintomas de envenenamento.
O incidente com a água Princesa aconteceu no dia 27 de setembro, quando ela passou mal durante um passeio em uma avenida central da cidade. Material biológico do animal foi enviado para análise pericial, e a veterinária Larissa Junqueira, da Prefeitura, confirmou a presença de chumbinho sem sangue da água. A Polícia Civil anunciou que vão retomar as investigações para identificar os responsáveis pelo envenenamento.
O caso lançou discussões sobre a regulamentação do uso de animais em atividades turísticas e reforça o debate sobre alternativas que promovam o bem-estar animal.
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