Skip to content

Governador do Rio, Cláudio Castro enfrenta julgamento no Tribunal Superior Eleitoral por pedido de cassação

O pedido do Ministério Público Eleitoral acusa o governador do Rio de Janeiro de utilizar contratações temporárias para favorecer a campanha de 2022; relatora votou pela cassação, mas julgamento foi suspenso.

Por Redação | Portal A Gazeta RM

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa nesta terça-feira (4) o recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) que solicita a cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suposto abuso de poder político e econômico na campanha de reeleição de 2022.

A acusação

O MPE acusa o governador de fazer contratações temporárias em órgãos estaduais, como a Fundação Centro Estadual de Pesquisa e Estatística do Rio de Janeiro (Ceperj) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com objetivo de favorecer aliados e impulsionar sua campanha à reeleição.

Conforme a relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, foram contratadas aproximadamente 27 000 pessoas por meio desses órgãos, sem critérios objetivos de seleção, e os pagamentos teriam sido realizados “na boca do caixa” de bancos, o que configura um mecanismo para aliciar eleitores.

Também foi apontado que os gastos do governo estadual com essas contratações e descentralizações de recursos no primeiro semestre de 2022 chegaram a cerca de R$ 248 milhões ou mais de R$ 500 milhões, segundo diferentes balanços — valor que, segundo a acusação, representa quase 30 vezes o teto de gasto da campanha de Castro (aproximadamente R$ 17 milhões).

O voto da relatora

Em seu voto, a ministra Isabel Gallotti entendeu que há evidências robustas de que o governador “ocupara posição central na articulação do esquema ilícito com fins eleitorais” e que o conjunto probatório aponta “ausência de justificativa” para o volume de contratações temporárias realizadas à margem das normas constitucionais.

Ela também propôs:

– a cassação do mandato de Cláudio Castro;

– a declaração de inelegibilidade por 8 anos;

– e a realização de novas eleições para o cargo no Estado do Rio de Janeiro.

Defesa e tramitação

A defesa de Castro contesta as acusações, argumentando que o governador apenas sancionou leis e decretos aprovados pela Assembleia Legislativa (Alerj) relativos à Ceperj e Uerj, e que não poderia responder por eventuais irregularidades de execução.

O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Antônio Carlos Ferreira, o que adia a conclusão do processo para data ainda não definida.

Implicações

Se a decisão final do TSE mantiver o voto da relatora e for confirmada a cassação, Cláudio Castro perderá o mandato imediatamente e ficará inelegível para novas disputas por oito anos. O cenário abriria caminho para novas eleições no estado — o que causaria impacto político relevante no Rio de Janeiro.

Por outro lado, a suspensão do julgamento deixa o quadro em aberto, com a defesa buscando reverter ou mitigar a condenação por meio de recursos ou memoriais.

Em resumo, o TSE analisa se as contratações realizadas pelo governo estadual constituíram uso indevido de estrutura pública para fins eleitorais, o que, se comprovado, enseja a perda de mandato do governador e a convocação de novo pleito.

Se desejar, posso monitorar os desdobramentos — inclusive a previsão de retomada do julgamento e eventuais manifestações das partes.

Foto: Arquivo pessoal

Conteúdo Relacionado