Fiscalização interditou adegas, apreendeu destilados e reforçou alerta contra risco de intoxicação por metanol
Por Redação | Porta A Gazeta RM
Uma operação de fiscalização contra a falsificação de bebidas resultou na prisão de dois homens, na interdição de duas adegas e na apreensão de destilados, na noite desta sexta-feira (3), em Jacareí, no interior de São Paulo.
Conforme a Prefeitura de Jacareí, a ação, batizada de “Operação Antídoto”, reuniu equipes da Vigilância Sanitária, Guarda Civil Municipal, Fiscalização de Posturas, Procon, Polícia Militar e Polícia Civil. O objetivo foi intensificar o combate à comercialização de bebidas falsificadas, após registros de intoxicação por metanol no estado e em outras regiões do país.
Durante as fiscalizações, o proprietário de uma adega no Parque Santo Antônio foi preso após a equipe encontrar 23 garrafas de bebidas destiladas sem selo fiscal, sem rótulo em português e sem identificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O caso foi registrado na Polícia Civil como descaminho, e o suspeito foi liberado após pagar fiança.
Na região central, outro homem — foragido da Justiça por furto — foi capturado em uma adega, que também acabou interditada por funcionar irregularmente como tabacaria.
Outros estabelecimentos também foram autuados: no Jardim das Indústrias, uma adega foi fechada por operar como casa de entretenimento, atividade não prevista em seu registro. Nos bairros Jardim Califórnia e Jardim Santa Marina, duas adegas foram autuadas por vender produtos vencidos. Já no bairro Campo Grande, três galões de 20 litros de bebida alcoólica sem procedência foram apreendidos para análise.
A prefeitura informou que as fiscalizações se estenderam também aos bairros Jardim Santa Marina e Parque Meia-Lua.
Em nota, o município reforçou a orientação para que bares, adegas e distribuidoras adquiram bebidas apenas de fornecedores legalizados e mantenham atenção redobrada quanto à origem dos produtos. Aos consumidores, a recomendação é comprar apenas bebidas de marcas conhecidas, com rótulo, lacre e selo fiscal.
As identidades dos presos e os nomes dos estabelecimentos autuados não foram divulgados.
Caso suspeito de intoxicação em São José dos Campos
O Ministério da Saúde confirmou um caso suspeito de intoxicação por metanol em São José dos Campos. A paciente, uma mulher de 47 anos, foi atendida no Hospital Municipal, recebeu alta e está fora de risco.
Segundo a Prefeitura de São José, ela relatou ter consumido gin em Juatuba (MG), onde trabalha, e começou a sentir cólicas, dor de cabeça e mal-estar. Após retornar à cidade paulista, procurou atendimento médico e foi internada para exames.
Até o momento, este é o único caso sob investigação no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e região bragantina.
No Brasil, já foram registradas 113 notificações de intoxicação por metanol, sendo 101 em São Paulo — 11 confirmadas e 90 em investigação. Há ainda casos sob apuração em Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Riscos do metanol
O metanol é um álcool de uso industrial, empregado em solventes e produtos químicos. Quando ingerido, é altamente tóxico e pode causar cegueira, falência de órgãos e morte.
As investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam que fábricas clandestinas podem estar utilizando metanol — ou etanol contaminado com metanol — para higienizar garrafas antes do envase de bebidas falsificadas.
Diferente do etanol, que é seguro em pequenas quantidades e usado em bebidas alcoólicas, o metanol não possui cheiro, cor ou sabor característicos, o que facilita a adulteração. Seus efeitos aparecem rapidamente, incluindo visão borrada, tontura, dor abdominal e respiração acelerada.
Ações nacionais
Diante do aumento de casos suspeitos, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar medidas de controle e investigação com a Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além dos ministérios da Justiça e da Agricultura.
As autoridades reforçam que a prevenção depende da fiscalização constante e da atenção dos consumidores à procedência das bebidas adquiridas.Foto: Divulgação | PMJ
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