Sob a direção de Fabiano Lodi, montagem Raízes, Memórias e Outras Histórias será encenada no próximo domingo (17/8), às 15h, no Acampamento das Famílias Ciganas de Roseira. A entrada é franca.
Por Tiago Tavares
Há um dito popular que prega: “Quem conta um conto aumenta um ponto”. Será verdade? A premiada Cia de Achadouros (São Paulo) afirma que sim, com todas as letras. E como? Por meio de teatro, contação de histórias, música e encantamento. Para mergulhar nesse universo ancestral e íntimo, a companhia teatral convida os espectadores para assistirem ao espetáculo Raízes, Memórias e Outras Histórias. Em Roseira (SP), a montagem será encenada no próximo domingo (17/8), às 15h, no Acampamento das Famílias Ciganas de Roseira. A entrada é franca.
A circulação de Raízes, Memórias e Outras Histórias está contemplada pelo Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas 2023 – Grupos e Coletivos Artísticos, que segue com as comemorações de 10 anos da Cia de Achadouros. A temporada prevê a apresentação da montagem em espaços comunitários tradicionais fora do eixo urbano, como quilombo, aldeia indígena e acampamento cigano. Em Roseira (SP), a apresentação conta com o apoio da Prefeitura Municipal.
“Contar histórias é ancestral, é um ato ritualístico! Foi na oralidade que crescemos e aprendemos com nossos antepassados até os dias de hoje. Contando histórias e causos, mantivemos nossos mais antigos entre nós. Por isso, compartilhar um espetáculo de contação com esses espaços se torna uma forma de reviver em comunidade narrativas ancestrais e aprender com as pessoas novas formas de recontar a vida”, destaca a atriz Mariá Guedes.
Sob a direção de Fabiano Lodi, os atores Emiliano Favacho, Felipe Michelini e Mariá Guedes convidam o público para uma contação de histórias encenada e musicada, que reúne variadas narrativas e experiências de encontro mediadas pela prática da oralidade. Afinal, há algo no modo de vida que o povo brasileiro sempre reconhece: o grande apreço por contar, ouvir e inventar histórias, seja para relatar episódios do cotidiano, pontuar algo mais descontraído ou trazer algum tipo de ensinamento importante.
“A contação de histórias está presente não apenas na nossa vida contemporânea, mas também nas memórias dos nossos pais e avós. Para criar o espetáculo, nos inspiramos nesse conjunto de coisas ligadas às histórias: a afetividade e o tipo de conexão que ela gera entre as pessoas, a riqueza da nossa musicalidade na fala, o senso de humor que nenhum outro povo tem, além dos muitos tipos de narrativas que adoramos que sejam contadas, sempre com aquela dose de exagero e invenção criativa que não podem faltar”, destaca o diretor Fabiano Lodi.
Ao longo da contação, que propõe uma sinergia entre oralidade e palavra escrita, o trio traz à tona seis histórias. Para começar, três causos da vida real, inspirados em situações vividas ou contadas por familiares do próprio elenco. Depois, outras três, reverenciando a sabedoria africana e indígena. São elas: A força da Palmeira (2014), livro de Anabella López, adaptada de um conto popular do Magreb; O segredo do Curumim (1982), da escritora brasileira Sônia Robatto; e Onde está meu pai?, publicada no livro O filho do caçador e outras histórias-dilema da África (2014), de Andi Rubinstein e Madalena Monteiro.
“Trata-se de uma vivência de contação de histórias bem diferente. O público assiste à peça de dentro do cenário e pode escolher como se sente mais à vontade para saborear essa experiência: pode contemplar sentado nas cadeiras, deitado no chão com uma almofadinha gostosa ou esticado sobre um tapete. Tudo isso é preparado com muito carinho para alcançar as memórias mais profundas de nossas vidas”, pontua Fabiano.
Ao fim, depois de tanta contação, qual motivação o espetáculo gostaria de proporcionar ao íntimo de cada espectador? Fabiano e Mariá destacam: “Desejamos acionar nossas memórias pessoais e coletivas, relembrar nossas raízes e possibilitar a partilha de um tempo de qualidade juntos, algo que em nossa vida contemporânea parece estar sendo deixado de ser cultivado”.
A companhia
A Cia de Achadouros surgiu em 2014, tendo como base de sua pesquisa a linguagem da palhaçaria, das máscaras e da comicidade popular. O grupo já foi visto por mais de 15 mil pessoas em dezenas de cidades do estado de São Paulo e transita pelo teatro para as infâncias e o teatro adulto. Atualmente, se dedica à criação de um novo espetáculo infantil com temática sobre ciências e infâncias.
Em seu repertório, destacam-se os espetáculos Os Lavadores de Histórias, O Espetáculo Mais Prestigioso do Século e Raízes, Memórias e Outras Histórias, além de intervenções de palhaçaria e oficinas formativas. Há 10 anos vem se apresentando em unidades do Sesc, Casas de Cultura, teatros estaduais e espaços culturais da Capital e do interior paulista.
Ficha Técnica
Atuação: Emiliano Favacho, Felipe Michelini e Mariá Guedes
Direção: Fabiano Lodi
Dramaturgia: Cia de Achadouros e Fabiano Lodi
Direção Musical: Felipe Gomes Moreira
Cenário e Figurinos: Clau Carmo
Costureira: Anísia Maria
Fotos: Pri Fiotti
Duração: 50 minutos
Classificação: Livre
SAIBA MAIS
O quê: Espetáculo Raízes, Memórias e Outras Histórias, da Cia de Achadouros
Quando: Domingo (17/8), às 15h
Onde: Acampamento das Famílias Ciganas de Roseira (Rua Savério Mário Ardito, 1.100, Bairro Barretinho, em Roseira | SP)
Quanto: Entrada franca
Informações:@ciadeachadouros












Fotos: Pri Fiotti




