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Salário mínimo: Inflação pesa e brasileiros compararão quase 30kg a menos de carne em 2025

Por O Tempo

Os brasileiros terão um poder de compra corroído em 2025 com a previsão de reajuste do salário mínimo para R$ 1.502. Pesquisa do site Mercado Mineiro mostrou que a inflação deve pesar no bolso e o rendimento previsto para o ano que vem deve reduzir o poder de compra dos trabalhadores no país. No caso da carne, por exemplo, os cálculos apontam para a comercialização de 30 kg a menos de proteína bovina, suína e de frango.

Neste ano, o salário mínimo no país é de R$ 1.412. Sobre este valor, para o cálculo da cifra a ser paga no ano que vem, deve ser aplicada a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 3,35%, mais um crescimento real de 2,9%, referente à variação do PIB de 2023, chegando ao montante de R$ 1.502.

No caso da carne de boi, conforme o levantamento, neste ano os trabalhadores conseguiam comprar 46 kg de acém, peso que será reduzido para 42 kg em 2025. Na carne de porco, em janeiro de 2024 era possível comprar 60 kg de costelinha e nas próximas semanas o poder de compra vai permitir o acesso a 49 kg. No caso do peito de frango, o cidadão pagava por 105 kg e observará uma limitação a 91 kg.

Para comprar arroz, o consumidor deve ter uma redução de sete pacotes, enquanto no açúcar o encolhimento será para a aquisição de 4 pacotes. No óleo de soja, o novo salário mínimo fará com que os trabalhadores deixem de comprar 93 embalagens de 900 ml. Em alta, sob impacto de questões climáticas, o café também deve pesar no bolso e a previsão da pesquisa é que haja uma perda de 34 pacotes de 500g durante o ano.

Reduções também serão observadas no leite, em que a perda será de 93 litros. “O que a gente quer mostrar com essa pesquisa é a perda real do poder de compra do consumidor e o tanto que a inflação corroi esse poder de compra. Por isso que a gente chama a atenção para a necessidade de uma pesquisa de preço constante pelo consumidor, para que ele não deixe essa inflação voltar com tanta força, porque senão a situação vai ficar cada vez pior”, detalhou o administrador do site Mercado Mineiro.

A pesquisa também analisou o impacto da inflação sobre combustíveis. Na gasolina, os motoristas terão uma queda no poder de compra em 25 litros, enquanto no etanol a perda será maior, de 76 litros.

Cenário diferente

O feijão carioquinha é o único produto, segundo o levantamento, em que o consumidor terá maior poder de compra. Em 2024, o salário mínimo permitia a compra de 214 kg e, com o novo valor, será possível comprar 255 kg.

Para a aquisição de botijão de gás, o cenário indica uma estabilidade: em 2024 o poder de compra permite acesso a 13 botijões, mesma marca possível em 2025. O botijão de gás manteve o poder de compra, ele compraria 13 botijões em

Salário mínimo

Na última semana, o Senado concluiu a votação do pacote do corte de gastos do governo. O projeto prevê redução no reajuste do salário mínimo para adequar às regras do arcabouço fiscal. A regra foi apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de novembro e vai na contramão da bandeira de valorização do mínimo defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por isso, enfrentou resistências até na base aliada.

Atualmente, o salário mínimo aumenta a partir do cálculo da inflação do ano anterior e um crescimento real igual ao Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. Dessa forma, o ganho real em 2025 será de 2,9%.

A nova regra proposta mantém o crescimento real pelo PIB, mas restringe a variação real aos limites do arcabouço fiscal. O parâmetro do arcabouço permite um crescimento de despesas entre 0,6% (em momentos de retração econômica) e 2,5% (em momentos de expansão) acima da receita do ano anterior e com valores corrigidos pela inflação.

Ou seja, limita o crescimento do salário mínimo a 2,5% acima da inflação. Com a mudança, o governo deve economizar R$ 11,9 bilhões entre 2025 e 2026, ou R$ 109,8 bilhões até 2030.

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