Por Redação | Portal A Gazeta RM
Na última quinta-feira (28), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a liberdade do ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, que havia sido preso em 23 de outubro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão foi tomada pela 7ª Câmara Criminal, que acatou os argumentos da defesa baseados nas condições de saúde do ex-padre, na idade avançada e no tempo decorrido desde os acontecimentos investigados.
O ex-padre Bernardino responderá ao processo em liberdade, com monitoramento por tornozeleira eletrônica. Ele está proibido de entrar em contato com qualquer vítima ou testemunha, sob pena de ser novamente preso, conforme determinou a decisão judicial. Bernardino foi denunciado pelo abuso de pelo menos 50 crianças, em crimes que teriam ocorrido entre as décadas de 1980 e 2010.
A prisão do ex-padre em outubro deste ano foi resultado de uma investigação que durou mais de três anos, e contou com diversos depoimentos que indicaram os abusos. As vítimas têm entre 3 e 11 anos, e a maioria das denúncias se refere ao período em que Bernardino atuava como padre na Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Santa Luzia, em Belo Horizonte.
A liberação de Bernardino gerou reparação por parte das vítimas e de suas famílias. Ana Carolina Oliveira, advogada das vítimas, afirmou que a decisão foi recebida com surpresa e tristeza: “Foram anos de lutas para garantir que ele respondesse por seus crimes. Esta decisão representa um retrocesso e um risco para todos que buscaram justiça”, destacou.
Em nota, a Arquidiocese de Belo Horizonte informou que Bernardino Batista está afastado do sacerdócio desde novembro de 2021, por decisão definitiva do Vaticano. A Igreja reiterou seu compromisso com a investigação dos casos de abusos cometidos por seus membros e declarou solidariedade às vítimas.
As autoridades seguem com as investigações e pedem que outras vítimas ou testemunhas se apresentem para contribuir com o andamento do processo. A polícia reforça a importância do depoimento de todas as pessoas que possam ter conhecimento dos fatos, de modo a fortalecer o caso contra o acusado.
Foto: Divulgação