Por Redação | Portal A Gazeta RM
Uma jovem de 20 anos, apontada como namorada do pai da criança de 4 anos que levou cocaína para uma escola municipal de Itamonte (MG), foi presa durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da Polícia Civil, em Itanhandu (MG). Segundo a polícia, ela foi detida em flagrante por resistência, desacato e coação no curso do processo.
A jovem é investigada por possível envolvimento com o homem de 27 anos, suspeito de ser o dono dos 16 papelotes de cocaína encontrados com a criança. Denúncias anônimas indicaram que ele poderia estar escondido na casa da namorada.
Ela foi intimada a depor e negou contato com o investigado desde o dia 21 de março — data em que ambos estiveram na escola onde o entorpecente foi descoberto. No entanto, devido à proximidade com o suspeito, a polícia cumpriu mandado de busca em sua residência para apreender o celular dela. Segundo os agentes, a mulher reagiu de forma agressiva, tentou fugir e destruiu o próprio aparelho, o que caracterizou tentativa de ocultar provas.
A droga na escola
O caso chocou Itamonte, cidade de cerca de 14,8 mil habitantes. Na sexta-feira (21), uma menina de 4 anos levou papelotes de cocaína para a sala de aula da Escola Municipal Mariana Silva Guimarães. Segundo a polícia, ela acreditava que se tratava de “doce” e chegou a distribuir parte da droga para os colegas.
No total, foram encontrados 16 papelotes: sete lacrados e nove abertos. Dezessete crianças que tiveram contato com a substância foram encaminhadas ao pronto-socorro da cidade. Amostras de urina foram coletadas e enviadas a um laboratório em Taubaté (SP), devido à falta de recursos locais. Dos 15 exames realizados, dois foram inconclusivos e os demais deram negativo para toxicidade por cocaína.
Um pai relatou o pânico ao saber que a filha havia ingerido a substância. “Quando ela me contou que colocou o pózinho branco na boca, fiquei sem chão. Foi desesperador”, disse.
Suspeito segue foragido
Segundo a Polícia Militar, o pai da criança esteve na escola no dia do incidente. Ao ser informado, teria pegado um dos papelotes das mãos de uma funcionária e saído do local. Depois, enviou o irmão — tio da criança — para buscá-la. Houve também registro de desacato às conselheiras tutelares que acompanhavam o caso.
Ele é suspeito de ser o dono dos papelotes e segue sendo procurado. “É um caso muito grave. A PM e a Polícia Civil estão atuando de forma integrada”, disse o tenente Adenilson de Oliveira Rocha.
Ameaças e pressão social
Parentes da menina negam que os papelotes estivessem na mochila dela e afirmam que estão sofrendo ameaças nas redes sociais. “Tem gente pedindo linchamento nos grupos de WhatsApp. A situação ficou insustentável”, relatou uma familiar.
A prefeitura de Itamonte informou que está acompanhando as famílias envolvidas. As aulas na escola continuam normalmente. A reportagem ainda tenta contato com o Conselho Tutelar para saber quais medidas serão tomadas em relação à criança e à guarda dela.

Fotos: Foto: Reprodução – Divulgação | PMMG